Copom deve elevar taxa de juros para 13,25% na primeira reunião sob comando de Galípolo
- Diogenes Régis
- 28 de jan.
- 2 min de leitura
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira (29) um novo aumento na taxa básica de juros (Selic), elevando-a de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão, amplamente esperada pelo mercado financeiro, marca a primeira reunião do Copom presidida por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Cenário de juros em alta
Se confirmado, este será o quarto aumento consecutivo da Selic. Analistas projetam que o ciclo de alta deve continuar nos próximos meses, podendo ultrapassar 15% ao ano em meados de 2025 – o maior patamar em quase 20 anos.
Pela primeira vez desde que o Banco Central ganhou autonomia operacional, em 2021, a maioria dos diretores do Copom será composta por indicados do atual governo. Isso levanta questionamentos sobre a postura da autoridade monetária nos próximos meses e a possível influência política sobre suas decisões.
Tensões entre governo e Banco Central
A gestão anterior do BC, liderada por Roberto Campos Neto e nomeada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de críticas do presidente Lula e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que consideravam a política monetária excessivamente rígida e prejudicial ao crescimento econômico e ao emprego.
Apesar das críticas, Lula adotou um tom mais moderado no final de 2024, prometendo não interferir no trabalho do Banco Central. No entanto, Hoffmann mantém sua posição contrária ao aumento dos juros, chamando a decisão de “irresponsável e desastrosa” devido ao impacto na dívida pública e no crescimento do país.
Inflação e impactos na economia
A elevação da Selic ocorre em um contexto de inflação persistente e preocupações com o câmbio. Em 2024, a inflação oficial ficou em 4,83%, acima da meta estabelecida pelo Banco Central, o que obrigou Galípolo a justificar o resultado em carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O aumento da taxa de juros tem como objetivo conter a inflação, mas também pode desacelerar a economia e impactar o mercado de crédito e consumo. O cenário internacional, com a valorização do dólar e incertezas sobre as contas públicas brasileiras, também pressiona a inflação e influencia a decisão do Copom.
Os próximos meses serão decisivos para entender como a nova gestão do Banco Central irá equilibrar a necessidade de conter a inflação sem comprometer o crescimento econômico do país.




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