Imigrantes sofrem com cancelamento de entrevistas de asilo na fronteira entre México e EUA
- Diogenes Régis
- 20 de jan.
- 2 min de leitura
A decisão do governo dos Estados Unidos de desativar o aplicativo CBP One e cancelar entrevistas de asilo deixou milhares de imigrantes em choque e desespero. A medida é uma das primeiras ações da administração Trump desde sua posse, marcada por promessas de endurecimento nas políticas de imigração.

Uma reviravolta devastadora
A venezuelana Nidia Montenegro, de 52 anos, é um exemplo do impacto desta decisão. Após fugir da violência e pobreza de seu país e sobreviver a um sequestro no México, ela chegou à cidade fronteiriça de Tijuana no domingo (20), acreditando que estava a poucos dias de se reunir com o filho de 24 anos, que vive em Nova York.
Ao atualizar o aplicativo CBP One, uma mensagem inesperada apareceu: “Entrevistas existentes agendadas pelo CBP One não são mais válidas”.
“Não acredito”, desabafou Nidia, visivelmente abalada. Ela é uma das milhares de pessoas afetadas pela suspensão do programa de asilo, que já estavam com entrevistas marcadas para os próximos dias.
Situação crítica na fronteira
Cenas semelhantes foram registradas em várias localidades da fronteira:
Ciudad Juarez, na divisa com El Paso, Texas, viu imigrantes receberem avisos de cancelamento.
Piedras Negras, próxima a Eagle Pass, testemunhou famílias inteiras sendo barradas, sem opções claras de como proceder.
Muitos aguardavam ansiosamente pelos agendamentos, carregando mochilas e cobertores, mas agora enfrentam incertezas sobre o futuro.
Promessas de endurecimento
Desde a posse, o presidente Donald Trump anunciou medidas como:
Envio de tropas para reforçar a segurança na fronteira;
Aumento nas deportações;
Designação de cartéis criminosos como organizações terroristas.
A suspensão do programa de agendamento é vista como parte dessa política mais rígida, intensificando as dificuldades enfrentadas por imigrantes em busca de refúgio.
A jornada interrompida de Nidia
A Reuters acompanhou a trajetória de Nidia por dois meses, da esperança ao desespero. Após passar por adversidades extremas, ela chegou a Tijuana otimista: “Hoje minha vida recomeça”, declarou antes de descobrir o cancelamento.
Agora, presa em uma cidade desconhecida e sem um plano claro, Nidia enfrenta um futuro incerto, mas mantém a esperança: “Eu vou à minha entrevista”, afirmou, mesmo diante da realidade devastadora.
A decisão de cancelar as entrevistas é um duro golpe para milhares de imigrantes que já haviam superado desafios imensos para chegar à fronteira. Enquanto isso, organizações de direitos humanos alertam para o aumento da vulnerabilidade dessas pessoas, presas em um limbo entre o sonho de uma nova vida e as barreiras políticas.





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